Publicado em 24 de maio de 2021

Com a palavra: o presidente

LEONARDO GEHLEN é administrador graduado pela UPF. Tem no currículo os cursos de MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela FGV, MBA em Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade na Construção pelo IPOG (Instituto de Pós-Graduação de Goiás) e Mestrado em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Leonardo é proprietário de empresas de equipamentos e da construção civil e esta na presidência do SINDUSCON Passo Fundo e Região – gestão 2018/2022.

O mercado da construção civil
Com a pandemia se alastrando desde o ano passado, praticamente todos os setores econômicos no Brasil sofreram intensamente. Apesar disso, a construção civil foi um dos segmentos que menos sofreu com o impacto do Coronavírus, e já vem, segundo os especialistas, projetando um crescimento de 4% para este ano no país, acima dos 3,2% projetado de média dos demais setores (PIB).

O governo federal em 2020 de forma muito rápida percebeu a necessidade de colocar a atividade da construção civil como essencial, não fechando assim os canteiros de obras, mantendo os empregos, a geração de renda, evitando uma enxurrada de demissões, situação que vimos em outros setores importantes da nossa economia.

Tanto isso é verdade que o setor fechou o ano de 2020 com um saldo positivo de 112.700 vagas abertas nas contratações de profissionais. Depois de um período inicial de dúvidas e incertezas no início da pandemia o setor retomou o crescimento a partir de julho/2020 com o reaquecimento do mercado imobiliário, o que surpreendeu na época todos os segmentos da construção civil.

Já com relação ao impacto dos preços nos insumos, no início da pandemia a indústria geradora de materiais para o setor (cimento, aço, cobre, PVC) reduziu a produção, inclusive com as siderúrgicas desligando seus principais fornos no país, pois esperavam uma redução drástica na demanda, o que não aconteceu. De outubro de 2020 para cá estamos sentindo uma falta muito grande de materiais, o que acarreta um aumento no preço destes insumos.

Acreditamos que essa redução da oferta de materiais no mercado seguirá até meados deste ano. Notamos que a produção nacional está retomando a pleno vapor sua atividade, ao mesmo tempo em que volta a importação de alguns produtos como o aço por exemplo, que entrando no mercado vai estimular a competição e consequentemente estabilizar os preços.

Sobre os novos lançamentos percebemos uma grande movimentação por parte das construtoras locais, com um bom número de lançamentos para o ano de 2021. Das associadas do SINDUSCON, algumas construtoras que estavam com lançamentos para este início de ano acabaram adiando para o segundo semestre em razão das incertezas causadas por esta nova onda da pandemia, que provoca uma instabilidade momentânea com alta no preço dos insumos. Isso tudo deve se estabilizar já nos próximos meses com o avanço da vacinação no país e a retomada das atividades econômicas em geral.

Esta instabilidade momentânea é sentida facilmente na correção do INCC (Índice Nacional da Construção Civil) que sofreu grande variação nos últimos meses, mas que tende a estabilizar em meados deste ano. Para os investidores/consumidores, o fato é que o setor da construção civil/ mercado imobiliário, historicamente é um segmento que raramente faz o consumidor perder dinheiro no longo prazo. Quem investe em imóveis está investindo em algo sólido e com ótima rentabilidade a médio e longo prazo.

Quanto as perspectivas de mercado, a Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança já está prevendo um aumento de 27% nos empréstimos em 2021 com relação a 2020, ou seja, o mercado já vinha aquecido e tende a ficar ainda mais aquecido este ano.
Essa grande procura é explicada em parte pelas baixas nas taxas de juros. Historicamente o país nunca teve uma taxa Selic tão baixa. Estávamos com 2% a.a. sendo que na última reunião do COPOM chegou a 2,75% e o mercado já sinaliza que as taxas médias vão ficar entre 4 e 5% até o final do ano, o que ainda é uma taxa muito baixa. Para fins de comparação, em 2014/2015 chegamos a 16% ao ano na taxa Selic. Taxa Selic mais baixa significa estabilidade nos preços, na inflação e mais segurança nos empréstimos habitacionais.

Para 2021 as perspectivas são as melhores possíveis. O PIB (Produto Interno Bruto) sinaliza um crescimento de 3,2% e na construção civil pode chegar a 4%. Isso reforça o sentimento que investir em imóveis é sempre o melhor negócio pensando a médio e longo prazo.

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